30 de março de 2013

Quando posso juntar um adjetivo e um substantivo numa palavra só?




Todo mundo sabe que alemão tem palavras gigantes, na maioria dos casos vindas de processos de composição de palavras, onde uma palavra vai sendo unida a outra e formando verdadeiros palavrões. (Para ler mais sobre palavras compostas, leia o outro tópico aqui). :-) Essa junção não acontece só entre substantivos.

Deutsch (alemão) + Lehrer (professor) = Deutschlehrer (professor de alemão)

Acontece também entre adjetivos:
hell (claro) + blau (azul) = hellblau (azul-claro)

(mais raramente): Entre verbos:
kennen (conhecer) + lernen (aprender) = kennenlernen (conhecer)

Também entre classes gramaticais diferentes:
substantivo + adjetivo = adjetivo
Himmel (céu) + blau (azul) = himmelblau (azul celeste)

verbo + substantivo = substantivo
baden (banhar-se) + Zimmer (quarto) = Badezimmer (banheiro, casa de banho - em Portugal)

pronome + substantivo = substantivo
selbst (a si mesmo, próprio) + Mord (assassinato) = Selbstmord (suicídio)

E assim por diante... Mas um exemplo pode deixar os brasileiros meio confusos. É a junção de ADJETIVO + SUBSTANTIVO para formar um SUBSTANTIVO.

Vou dar aqui alguns exemplos:
rot (vermelho) + Kohl (repolho) = Rotkohl (repolho roxo)
klein (pequeno) + Kind (criança) = Kleinkind (criança de colo, pequena)
alt (velho) + Stadt (cidade) = Altstadt (cidade velha, antiga)

Quando um adjetivo é escrito junto a um substantivo e quando ele é escrito separado? :-)

O motivo de se escrever junto já foi explicado no outro tópico.

Escreve-se junto quando se chega a um significado único pela junção das partes. O significado final pode também ser diferente das partes que compuseram a palavra, mas o objetivo é esse: juntam-se duas (ou mais) palavras pra nomear uma única coisa.  Como disse no outro tópico: várias palavras juntas com um significado singular :-)

Então vamos aos exemplos:
Uma "alte Stadt" e uma "Altstadt" não são necessariamente a mesma coisa.

Uma "Altstadt" é a parte antiga de uma cidade, na Alemanha geralmente fica no centro da cidade. Ou seja, tem um conceito único e diferente das palavras separadas "alte Stadt". Em "alte Stadt" trata-se apenas do substantivo "cidade". A ele foi atribuído um adjetivo "velho, antigo". Ou seja, uma "alte Stadt" pode ser qualquer cidade com muitos anos de fundação ou de existência.

Vejamos outro exemplo.

Um "kleines Kind" e um "Kleinkind" não são necessariamente a mesma coisa. Um "Kleinkind" (de acordo com o dicionário DeGruyter) é uma criança até os 6 anos de idade. Há dicionários que definem um Kleinkind até mais ou menos 3 anos. Em geral, pode-se traduzir como criança pequena, mas também pode ser uma criança de colo ou até mesmo um bebê. Um "kleines Kind" é na verdade apenas o substantivo "Kind" (criança). A este substantivo foi atribuído uma característica "klein" (pequeno). Ou seja, ein kleines Kind pode ser qualquer criança que não seja alta ou grande, independente da idade. É claro que, neste caso, um "Kleinkind" e um "kleines Kind" podem até dar no mesmo, mas o Kleinkind é bem mais definido no significado.

Rotwein = rot + Wein
Mesmo que os significados sem parecidos muitas vezes, a ideia de juntar o adjetivo ao substantivo tem a ver com o significado único da coisa em questão. Tomemos como exemplo os vinhos. Existem, por exemplo, Rotwein e Weißwein. Por que não chamar de "roter Wein" e "weißer Wein"? As pessoas não querem dizer apenas que o vinho é de tal cor, as pessoas querem dar um NOME para aquele tipo de vinho, querem classificá-lo. As cores "rot" e "weiß" passam a formar um conceito único junto com o substantivo "Wein". E assim surge um composto de adjetivo + substantivo: rot + Wein = Rotwein; weiß + Wein = Weißwein.

A ideia é sempre esta: as palavras juntas têm um conceito único, fixo, que vai além da mera caracterização proposta pelo adjetivo. Às vezes o significado pode até ser diferente. Por exemplo, uma "Großmutter" não é uma mãe grande, mas uma avó.

Juntar adjetivo com substantivo a bel-prazer não dá!!!
Queridos alunos brasileiros e portugueses: não pode juntar adjetivo com substantivo só pra fugir da "terrível" declinação dos adjetivos, ok? Não pode ir por aí dizendo "cidade bonita" e achando que pode dizer "Schönstadt".. não não não... tem que dizer separado "schöne Stadt". Neste caso, é apenas um adjetivo caracterizando um substantivo. Dá pra dizer até "schöne Altstadt" :-) Não há nenhum conceito pronto de "cidade bela" que faça necessário a criação de um substantivo juntando as duas palavras.

Existe o conceito de "Altstadt", mas não existe o conceito de "Altfrau" nem o conceito de "Altcomputer"... nesses casos tem que dizer mesmo "alte Frau" e "alter Computer" (e declinar o adjetivo de acordo com o caso), não tem jeito, não tem como fugir.

Existem muitas palavras formadas por adjetivo e substantivo juntos usadas no dia-a-dia.
Das ist Rotkohl: rot + Kohl
Muitas são tão usadas, que muita gente nem percebe mais que é um adjetivo ali grudadinho: Você mora num Altbau ou num Neubau? Você mora numa Hochhaus? Sua casa fica na Neustadt? Você já comeu Rotkohl? E Blaubeeren também? Conhece alguém que teve Gelbfieber? Sua Großmutter ainda é viva? Você já viu um Faultier?

Será que ficou claro? :-) Se não, envie suas perguntas, comente. Divulguem o blog.



27 de março de 2013

Qual a diferença entre DIES e DAS?

Pergunta de 2010. Demorou, mas saiu a resposta. Será que o Iaguti ainda estuda alemão e lê o blog? :-)
Em inglês existem os demonstrativos (no singular) THIS e THAT :-) Esses os brasileiros aprendem rapidinho.

Em alemão os brasileiros aprendem também rapidinho a dizer, por exemplo, "O que é isto?" = Was ist das?. Aprendem também rapidinho a dizer "Este é o meu pai" = "Das ist mein Vater".

Mas duas coisas embananam a cabeça dos brasileiros:
1) Entra curso e sai curso e o pronome equivalente ao THAT nunca aparece. Por alguma razão, os cursos (quase) nunca ensinam a dizer "Aquele é o meu pai" :-) Por isso, eu fiz um tópico aqui no blog apenas para ensinar como se diz "aquele(a)" em alemão. Não leu ainda? Clique aqui.

2) Um belo dia os brasileiros aprendem o pronome "Dies" (que parece bem mais com "this") e aí fica a pergunta: Qual é a diferença entre DIES e DAS (como demonstrativos)?

Bem... antes de qualquer coisa, por favor, não confundam o artigo DAS (Das Auto ist blau.) com o demonstrativo DAS (Das ist ein Auto. Das ist mein Vater.) Estamos aqui falando apenas do DAS que quer dizer "este, esta, esse, essa, isto, isso" (em português temos diversas variantes!)

Bem, a diferença básica é que o DIES é usado muito mais na linguagem escrita e formal. Por exemplo, num trabalho acadêmico, você pode escrever "Dies zeigt, dass... " (Isto mostra que ...).

Mas eu NUNCA, NUNQUINHA MESMO ouvi alguém falando "Dies ist mein Vater. Dies ist meine Schwester. Dies ist ein Buch."... Na linguagem coloquial, sempre se usa "Das ist mein Vater. Das ist meine Schwester. Das ist ein Buch". Ou seja, quando vocês estiverem falando ou escrevendo e-mails informais ou postagens no Facebook evitem o uso de "dies". Usem-no somente se estiverem escrevendo textos muito formais. (Essa informação também foi confirmada pelas minhas amigas alemãs Katharina e Susy.. vielen Dank, Mädels).

Mas peraí? Eu não posso mais dizer "dieser Mann", "diese Frau"??
Com o meu leitor de mentes, já sei que tem gente que está achando que estou falando de "dieser, diese" etc. Não! Não! Estou falando de "DIES" apenas, sem terminação nenhuma.

"Dieser Mann, diese Frau, dieses Buch" vocês podem continuar usando tranquilamente, tanto na fala quanto na escrita. O pronome ao qual estou me referindo é apenas DIES usado sem terminação e sem acompanhar substantivos, como no exemplo "Dies zeigt, dass...". Que fique bem claro!

Além disso existe uma expressão usada no dia-a-dia (mesmo na linguagem informal) chamada "dies und das". "Dies und das" quer dizer, mais ou menos, "isso e aquilo", "coisinhas" etc..

Por exemplo:
Nach dem Gespräch hat er noch dies und das gesagt.
Depois da conversa ele ainda disse isso e aquilo / ainda disse umas coisinhas.

Was hast du heute gemacht? -Ach, nichts Besonderes. Nur dies und das.
O que você fez hoje? - Ah, nada de especial. Uma coisa ali, outra aqui.

Essa expressão é bastante usada também na linguagem informal.

E pra terminar, se você quer saber a diferença entre dizer DER ou DIESER como demonstrativo, clique aqui.

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Gostou da postagem? :-) Divulgue o blog!

21 de março de 2013

Qual o melhor dicionário de alemão?

Quem é professor ouve essa pergunta com certeza desde o primeiro dia de aula. Eu já fiz um tópico com análises de livros que você pode ler aqui.

Hoje vou fazer uma PEQUENA análise de dicionários. Pequena, pois não vou ficar aqui alistando todos os prós e contras de cada dicionário com todos os detalhes, mas direi minha opinião sobre alguns deles, comuns no mercado. Mas já vou avisando que o texto é grande rsrsrs

O que compõe um bom dicionário de língua estrangeira?
Depende de que tipo de aprendiz você seja.
Responda a estas duas perguntas:
1) Você é um aprendiz iniciante ou um aprendiz com conhecimento intermediário do idioma (a partir do nível B1)?

a) Se você for iniciante, o melhor dicionário é o bilíngue, aquele português - alemão e alemão - português, por exemplo.
b) Se você já tiver conhecimentos sólidos do idioma e quiser aperfeiçoar seus conhecimentos, além do dicionário bilíngue, vale a pena comprar um bom dicionário monolíngue, de preferência um que seja próprio para estrangeiros, pois as definições são mais fáceis. O dicionário bilíngue continua sendo uma boa ajuda para procurarmos um verdadeiro equivalente em português, apesar das definições do dicionário em alemão.

2) Você é leigo no aprendizado de idiomas, ou seja, inexperiente? Ou você tem um certo domínio de manuseio de dicionários, conhecimentos de gramática, experiência com outras línguas?
Se você não tiver muita experiência com dicionários achará o manuseio de certos dicionários muito difícil. Me lembro uma vez de ouvir numa livraria o seguinte comentário sobre um dicionário de inglês: "Ai, odeio esses dicionários com esses símbolos de pronúncia. Quero um dicionário que tenha a pronúncia como se fosse português. Eu não entendo nada desses símbolos".

Pelo comentário, é óbvio que esta aluna tem pouca experiência com o aprendizado de línguas. O alfabeto fonético internacional (usado nos dicionários) é a forma ideal para se registrar a pronúncia de forma exata, mas exige que o aluno aprenda a decifrar os símbolos. Pra mim, que sempre tive total ambição por conseguir uma pronúncia bem próxima a de um nativo, ter uma pronúncia escrita como se fosse português seria o fim da picada. Como é que se representaria em português o som de Ö ou o som de Ü? Pronunciaríamos então Goethe como "guêtch"? Müller como "míler"?

Mas, de certa forma, entendo que há pessoas sempre em busca do mais fácil ao aprender uma língua. Por isso, quando indico dicionários pra alguns alunos, penso sempre também na facilidade com que o aluno terá de trabalhar com ele. Ele é de fácil manuseio ou é um pouco mais completo e, por isso, mais complicado?  Ele tem um layout colorido, de fácil identificação, ou é todo preto e branco, cheio de informações pouco decifráveis?

O que não pode faltar num dicionário de alemão?
Algumas coisas são INDISPENSÁVEIS num dicionário de alemão como língua estrangeira.
1) Para os substantivos é importante indicar o gênero (masculino, feminino ou neutro) e o plural, de preferência de forma clara.
2) Para os verbos é importante indicar as formas principais (infinitivo, Präteritum e Perfekt), além de indicar se o Perfekt é formado com SEIN ou HABEN.
3) Seria bom indicar também a regência verbal e/ou nominal (ou seja, com qual preposição ou qual caso cada verbo é usado).


Baseados nestes critérios farei uma breve análise de alguns dicionários comuns no mercado, começando pelos dicionários bilíngues.

DICIONÁRIOS BILÍNGUES 
(alemão-português/português-alemão)

Os dicionários mais comuns no Brasil são: o da Michaelis (o preto), o da Editora Langenscheidt (o amarelo) e o da  PONS (o verde).

1) MICHAELIS - O Michaelis existe em dois tamanhos. O meu primeiro dicionário de alemão foi o menorzinho da Michaelis, quando a capa ainda era listrada. Ele me salvou a pátria, numa época em que era difícil encontrar bons dicionários nas livrarias. Mas quem o usou, SOFREU!! Ele simplesmente não tinha várias palavras da letra D. Se não me engano, os verbetes pulavam de "DI" para "DU". Lembro-me até hoje de querer saber o significado da palavra "dort" e não encontrar no dicionário.

Não sei se eles melhoraram isso na nova edição, mas isto é só para dizer que é melhor comprar o maiorzinho. Ele se chama "Michaelis: Dicionário Escolar Alemão". Ele também pode ser acessado (gratuitamente???) no site do UOL. (Clique aqui).

O Michaelis não é o melhor dicionário do mercado, mas eu o recomendo mesmo assim pelas seguintes razões:
a) o preço: como ele é fabricado no Brasil, o preço dele é bem mais em conta que o da Langenscheidt e o da PONS
b) é o único dicionário feito unicamente para o português do Brasil. Apesar de o Langenscheidt ter incluído o português brasileiro em suas novas edições, o português europeu ainda é o foco dele, fazendo com que muitos dos meus alunos brasileiros se perdessem ao procurar verbetes ou se equivocassem.

Só para dar um exemplo:
No Michaelis, por exemplo, se você procurar o verbete "Frühstück", encontrará apenas "café da manhã". Já no Langenscheidt encontrará primeiro "pequeno almoço", depois "mata-bicho" e por último "café da manhã". Já o verbo "frühstücken" só tem como tradução "tomar o pequeno almoço" (no Langenscheidt). Apesar de ser apenas um exemplo ilustrativo e sem maiores consequências, se tomarmos todos os exemplos em que o português brasileiro difere do português europeu, isso pode causar confusão, especialmente porque a maioria dos brasileiros pouco tem contato com o português europeu.

 c) os substantivos vêm com o gênero (indicado por Sm / Sf. / Sn) e com o plural de todos os substantivos, mesmo aqueles que têm plural regular.

d) os verbos que fazem particípio com "sein" também são indicados.
e) a pronúncia do alemão é feita com o Alfabeto Fonético.
 
Eu nem vou falar de pequenas falhas que o Michaelis possa vir a ter. Esses dois motivos, aliados ao fácil manuseio até mesmo para alunos não muito hábeis com dicionários, faz com que eu sempre indique o Michaelis, até mesmo para meus alunos alemães que estudam português.

A edição atual tem aprox. 28.000 verbetes.


2) LANGENSCHEIDT

Quando comecei a estudar alemão, dizia-se que este era o melhor dicionário português-alemão no mercado (em tamanho pequeno, óbvio). Ele existe em três tamanhos: um bem pequenininho chamado de "Universalwörterbuch" - com edição para português brasileiro, um médio chamado "Euro-Wörterbuch" e um maiorzinho chamado de "Taschenwörterbuch". Apesar de ser uma edição de bolso, não cabe no bolso de ninguém, só na bolsa mesmo. A edição atual tem aproximadamente 105.000 verbetes. Aqui eu vou analisar apenas o Taschenwörterbuch. O menorzinho não serve pra nada. 

O bom do Langescheidt é que o seu incrível número de verbetes faz com que ele seja um dicionário bilíngue quase indispensável  na estante dos estudantes de alemão. A edição mais atual está também com um layout bonito em cores azul e preto, facilitando muito o acesso à informação.

Pontos positivos:
a) a quantidade de verbetes
b) a informação sobre o gênero dos substantivos está tanto no dicionário alemão quanto no português.

Vejamos um exemplo: Digamos que você queira saber como se diz "mesa" em alemão.

Se você for olhar no Michaelis, encontrará que mesa é "Tisch". Mas você ainda não sabe que gênero tem o substantivo "Tisch" em alemão. Você terá que ir então lá pro dicionário alemão procurar esta informação.
Já o Langenscheidt dá os significados em alemão com a marca de gênero do lado (Tisch m).

c) A parte fonética também é feita com o Alfabeto Fonético e é bem mais exata.

Pontos negativos ou que possam causar dificuldade para o usuário (brasileiro):
a) É feito em Portugal e deixa o português do Brasil sempre em segundo plano.
Mais um exemplo: Um aluno meu queria dizer que foi ao banheiro e procurou a palavra no dicionário Langenscheidt. Lá ele encontrou a palavra "Bademeister" (salva-vidas) e colocou no texto dele. Só que ele não sabia que "banheiro" em português europeu quer dizer "salva-vidas". Lá eles usam "casa de banho" para o banheiro. A versão atual traz primeiro "Bademeister" e depois "Badezimmer".

 b) O dicionário da Langescheidt tem 36 páginas introdutórias explicando como usar o dicionário. Eles partem do princípio de que o usuário terá conhecimento de muitas regras da língua.

Por exemplo: Se você procurar o verbete "Blume" (flor) e quiser saber como é o plural, não encontrará nenhuma informação. Sabe por quê? A Langenscheidt parte do princípio de que o aluno saiba que a grande maioria das palavras femininas fazem o plural em -(E)N. Sendo assim, eles só põem os plurais de substantivos que fujam a essa regra. Para isso a pessoa tem que ler as páginas introdutórias para entender as informações do verbete. Por experiência própria como professor: a maioria dos alunos acham o dicionário muito confuso. (O Michaelis põe o plural de todas as palavras, por exemplo.. é de manuseio mais fácil).

Mesmo com estes pontos ligeiramente negativos, eu recomendo o Langenscheidt a todos que não têm dificuldade de manusear um dicionário mais informativo. Continua sendo o dicionário de bolso bilíngue mais completo em língua portuguesa.

3) PONS

Estou sem um exemplar do dicionário da PONS aqui, por isso não falarei muito dele. Pelo pouco que eu manuseei, deu pra ver que era bom. Eles existem em dois tamanhos: Praxiswörterbuch (pequeno) e Basiswörterbuch (grande, mas ainda de bolso). O Basiswörterbuch tem aprox. 50.000 verbetes (menos da metade do Langenscheidt).

Os comentários são parecidos com os do Langenscheidt. (Infelizmente o português europeu é o foco do dicionário, deixando os brasileiros na mão).

Como estou sem um exemplar em mãos, não vou fazer uma análise dele. Mas tenho notícias boas: o dicionário da PONS é acessível também pela internet e de forma gratuita. Clique aqui. Basta escolher o idioma e digitar o verbete. Dá até mesmo pra ouvir a pronúncia das palavras.

4) EDITORA PORTO

Para terminar: em Portugal a Editora Porto tem vários dicionários bilíngues em diversos tamanhos. Quem estiver a fim de tirar um bom dinheiro no bolso pra ter um dicionário tamanho enciclopédia, pode comprar o maior dicionário português - alemão de que tenho notícia. Ele é composto de dois volumes: um português - alemão e outro alemão - português. O dicionário ao qual me refiro é este aqui: http://www.amazon.de/Dicionario-Portugues-W%C3%B6rterbuch-Portugiesisch-Dicionarios/dp/B000ND6U6W/ref=pd_sim_sbs_b_3

Pontos positivos: Muitos verbetes.
Pontos negativos: Não sei qual o ano da última edição deste dicionário, mas tenho a impressão de que a Editora Porto não vem lançando novas edições dos grandes volumes, apenas dos dicionários de bolso. Além disso, ele é 100% voltado para o português europeu.

Nenhum dos quatro dicionários bilíngues contém informações úteis sobre regência verbal em alemão. Ou seja, não dá pra saber com qual caso (acusativo, dativo, genitivo??) e com qual preposição os verbos são usados. Neste caso, tem que recorrer a um dicionário monolíngue.

DICIONÁRIOS MONOLÍNGUES 
(alemão - alemão p/ estrangeiros)

Existem vários dicionários no mercado, vários mesmo.. vou listar aqui algumas editoras que publicaram dicionários monolíngues para estrangeiros: Duden, Wahrig, PONS, Langenscheidt, DeGruyter etc.

Não tenho a menor condição de fazer uma avaliação completa de todos eles. Mas eu já vi e folheei todos eles (além disso, tenho dois aqui em casa: o PONS e o da DeGruyter).

Dos cinco que citei, os que achei mais fraquinhos foram o DUDEN e o Wahrig. Eu sei que o DUDEN é um dos nomes mais conceituados no que diz respeito à língua alemã. O DUDEN tem vários volumes de dicionários e guias para aprender o alemão padrão. Tem também um dicionário em tamanho enciclopédico. Mas não achei o seu dicionário monolíngue para estrangeiros lá essas coisas, não. Neste quesito, a PONS, a Langenscheidt e a DeGruyter têm os melhores dicionários.

DeGruyter - Deutsch als Fremdsprache
O dicionário da PONS e da Langenscheidt são bem parecidos (e muito bons). O melhor dos dicionários monolíngues são todas as informações de regência verbal e nominal de cada verbete, além das informações gramaticais (plural, conjugações principais etc.). Além disso, só dá pra diferenciar certos verbos com prefixo ao ler as definições em alemão, pois muitos deles têm a mesma tradução em português. Se isso não bastasse, os dicionários monolíngues trazem também frases ou locuções para explicar o uso dos verbetes.

Mas se eu pudesse indicar apenas UM dicionário monolíngue, eu indicaria sem sombra de dúvida o da Editora DeGruyter. Além de grande e muito completo (os verbetes têm muuuuuitas informações), a parte de fonética é muito bem feita. No fim do dicionário tem inúmeras listas de vocabulário dividido por tema. Este dicionário é incrível. Vale a pena o dinheiro investido. (Pra quem quiser comprar mais barato, é só comprar o de capa mole, que é bem mais barato que o de capa dura).

AFINAL, QUAL É O MELHOR DICIONÁRIO?

Ora, isso vai depender de que tipo de aprendiz você seja. Mas para todos que já estiverem no nível B1 em diante, eu indico um dicionário NOVO no mercado brasileiro, que já existia pra língua inglesa há muito tempo. É um dicionário SEMIBILÍNGUE para brasileiros da Wahrig, mas lançado no Brasil pela Editora Martins Fontes. [Clique aqui para comprá-lo]

Esse dicionário é bom demais.
A ideia é a seguinte. O dicionário é alemão-alemão. O verbete vem com a definição em alemão e exemplos, tais como um dicionário monolíngue. Só que no final do verbete há UMA tradução para o português, apenas para dar aquele CLIQUE de entendimento final. Ou seja, você lê a definição em alemão e, em vez de ficar pensando "Tá, entendi, mas como seria isso mesmo em português?"... pronto, o dicionário diz no finalzinho do verbete qual seria o equivalente em português BRASILEIRO :-)

Olha, dei uma folheada nele nesta viagem ao Brasil e posso garantir que é MUITO BOM! Se eu estivesse aprendendo alemão agora, COM CERTEZA teria ele na minha estante agora.

Mas lembrem-se: Não adianta comprar nos níveis iniciais, pois você só vai tirar proveito dele quando conseguir entender as definições em alemão. Então compre só a partir do nível B1 em diante, quando você já tiver um bom vocabulário para entender as definições.

E para terminar:
Vale a pena comprar um dicionário ainda? Não é melhor usar um dicionário online?

Olha, eu ainda gosto de ter um dicionário de papel em casa para consultas rápidas, quando não se está online. Mas um bom dicionário online não pode faltar.

Neste tópico já postei alguns links de consultas online. Além dos que já foram citados (PONS e Michaelis) eu gosto de usar:

a) alemão/português: www.pauker.at (esse é realmente meu preferido para consultas em português)
b) alemão/alemão: http://www.dwds.de/
c) alemão/alemão: http://www.duden.de/woerterbuch
d) alemão/português (e outros idiomas): http://dict.leo.org
e) alemão/alemão: http://de.thefreedictionary.com

E nem preciso falar: Google Translator não é dicionário, pelamordideos...

Vocês conhecem algum dicionário que não citei aqui e que vocês recomendam? :-) Podem citar nos comentários. Divulguem o blog para seus amigos.