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29 de junho de 2014

Nacionalidades - Países da Copa do Mundo

Aqui está uma tabela com todos os substantivos e adjetivos relacionados às nacionalidades dos países da Copa do Mundo.



Para ler mais sobre o assunto clique aqui.

26 de junho de 2014

Polyglottenkongress - Junho de 2014


Sobre o termo poliglota

Você sabe como se diz "Poliglota" em alemão? Mesmo depois de quase 7 anos morando na Alemanha eu não sabia e nunca ouvi ninguém usando nenhuma palavra parecida. Uma ajuda ao dicionário não resolveu, pois as traduções eram quase sempre adjetivos que nunca ouvi serem usados para designar pessoas poliglotas. Resolvi perguntar a uma colega de trabalho alemã que trabalha com línguas. Ela também não sabia. De fato não há uma palavra de uso corrente na Alemanha para designar alguém que falar muitos idiomas.

Veja bem o que acabei de escrever: Não há nenhuma palavra de uso corrente, mas a palavra existe sim "Polyglott". Segundo a Wikipedia, Polyglott "(vom altgriechischen πολύγλωττος (polýglōttos)) nennt man eine Person, die viele Fremdsprachen spricht (auch Multilinguale, Mehrsprachige). Es ist nicht definiert, wie viele Sprachen man wie gut sprechen können muss, um polyglott genannt zu werden."

Ou seja, eles sugerem o termo Polyglott, mas também Multilinguale(r), Mehrsprachige(r). Na verdade, nenhuma dessas palavras é usada no dia-a-dia para designar pessoas. Por isso que foi tão difícil para minha colega dizer algo que use na prática. No geral pessoas que falam muitas línguas acabam dizendo "Ich spreche viele/mehrere Sprachen", em vez de dizerem "Ich bin Polyglott". Mas já que a palavra existe e é o termo técnico que define um poliglota, foi assim que foi traduzido o nome do Encontro de Poliglotas em alemão: Polyglottenkongress.

Falar sobre poliglotas tem tudo a ver com esse blog, pois eu diria que 90% das pessoas que leem esse blog não têm alemão como única língua estrangeira. Nem todo mundo aprendeu alemão como hobby, mas a maioria dos brasileiros aprende alemão como segunda ou terceira língua estrangeira, raramente como primeira. Mesmo os que aprendem alemão primeiro, acabam mais cedo ou mais tarde aprendendo pelo menos inglês. 

Poliglotas na Internet
Abertura do Encontro de Poliglotas
Gostaria de relatar brevemente a minha participação no encontro de poliglotas em Berlim este mês de junho. Todo mundo sabe que eu sou apaixonado por estudar idiomas. Não é à toa que aventurei em aprender um idioma não tão comum no Brasil (especialmente numa cidade do interior do Ceará): o alemão. Já contei também como a minha paixão pelas línguas começou no tópico que conto minha história (aqui).
Desde que o blog começou a fazer mais sucesso comecei a conhecer outros blogs de gente apaixonada por idiomas. A internet fez com que vários aficcionados por línguas estrangeiras começassem a compartilhar sua paixão em fóruns pela internet. Pouco a pouco eu fui me integrando na comunidade de poliglotas espalhadas pelo mundo.
A maioria dos poliglotas famosos na internet têm blogs e sites um pouco motivacionais: ou seja, dando dicas de como aprender línguas, de como melhorar determinadas habilidades linguísticas ou funcionam como troca de informações entre interessados em idiomas. Quem acompanha alguns desses sites como SpeakingFluently do Richard Simcott ou o Fluent in Three Months do Benny sabe do que estou falando. (Havia muuuuuuuuuuuuuuuitos blogueiros conhecidos por lá)

Richard Simcott organizou o primeiro encontro e é um
dos poliglotas mais famosos da internet (e é supersimpático)
O encontro de poliglotas de Berlim já vinha sendo divulgado há vários meses e eu divulguei na nossa página do Facebook umas duas vezes convidando interessados. Logo no início do encontro foi dito que havia pessoas de muitos países, mas citou especialmente o Brasil (Encontrei algumas pessoas lá que foram por causa do blog hehehe)
É o segundo encontro deste tipo na Europa (o primeiro tendo acontecido ano passado em Budapeste). Em outubro deste haverá um terceiro encontro, dessa vez em Novi Sad, na Sérvia. (Quem quiser obter informações, é só acessar http://polyglotconference.com)



Sobre o encontro

Benny falou sobre como viajar
pelo mundo de forma econômica. 
O encontro foi uma ideia da Judith Meyer, uma poliglota alemã que havia participado do primeiro encontro em Budapeste. Logo ela conseguiu reunir algumas pessoas que a ajudaram a organizar o encontro. A ideia veio depois de os organizadores do primeiro encontro terem dito que não haveria nenhum encontro na Europa este ano. Como ela já havia participado de alguns encontros de esperanto, resolver aplicar algumas das ideias para organizar o evento.
O congresso foi realizado num hostel perto da Hbf, assim as pessoas podiam se hospedar junto com outros poliglotas e assistir as palestras lá mesmo. Tudo foi organizado de forma a haver uma alternância entre palestras e momentos de descontração. O almoço era servido lá mesmo, assim podíamos também bater um papo durante a refeição. Houve programas noturnos com apresentação da comida dos diversos países, noite de talentos, jogos sobre línguas etc.
Houve muitas palestras interessantes. A única coisa ruim foi ter que escolher apenas uma de três palestras ocorrendo paralelamente. Não tenho como resumir todas as palestras que vi, pois houve muita coisa interessante. Todo o programa do Encontro pode ser acessado na página oficial: http://polyglotberlin.com/
A língua franca do encontro era o inglês. Mas era um encontro de poliglotas, portanto, nos nossos crachás deveríamos escrever que línguas falávamos, assim as pessoas podiam começar uma conversa numa outra língua. Nesse encontro eu tive a chance de praticar TODAS as línguas que eu já estudei, mesmo aquelas das quais eu estudei só o básico.
Uma das coisas mais legais foi o Alligatorejo - uma ideia retiradas dos encontros de Esperanto. Havia apenas duas regras simples durante o Alligatorejo: 1) Você não pode falar inglês. 2) Você não pode falar a(s) sua(s) língua(s) materna(s). Isso foi muito legal, pois forçou todo mundo a falar numa língua estrangeira. As pessoas podiam até falar português comigo, mas eu só podia responder em outra língua. Nessas horas dava para falar com pessoas de diversas partes do mundo em diversas línguas.
Era obrigatório falar muitas línguas para participar? Não. Bastava ter interesse em idiomas. Havia pessoas lá que falavam apenas UMA língua além da língua materna. Mas saber inglês era de grande valia no encontro, já que a maioria das palestras foi em inglês.
Eles falaram alemão? Sim, apesar de a língua franca ser inglês quase o tempo todo, muita gente falava alemão fluente, então também conversei em alemão com várias pessoas. 
Berlim, como sempre, magnífica :-)
Eu também dei uma palestra lá em alemão sobre dicas para quem quer aprender português depois do espanhol. Não sei se alguém gravou a palestra completa, mas uma leitora do blog me mandou um pequeno trecho em vídeo que eu não vou colocar aqui por pura vergonha mesmo (Não vergonha do meu alemão... é que eu me detesto em fotos e vídeos, desculpem-me!)

Algumas lições que levei comigo do encontro foram:

1) Há vários malucos como eu no mundo que adoram línguas. Muitas pessoas ficam surpresas quando digo que falo 4 idiomas a nível de conversação (quero dizer que consigo conversar com nativos daquelas línguas sobre temas aleatórios). Estou me esforçando para colocar o 5° na lista (francês). Tem pessoas que veem isso como arrogância (vixe, só quer se mostrar!). Bem, lá no encontro eu me senti peixe pequeno. Havia muuuuuita gente que tinha 8, 10, 12 idiomas no crachá. Outros apenas colocavam "Não tem espaço suficiente". Sim, há gente no mundo que é realmente apaixonada por idiomas. Nem todo mundo aprende línguas só por obrigação. Isso é um hobby. Ninguém lá é um gênio das línguas
Lá no encontro eu conheci um belga que fala português e nós vamos agora praticar francês e português pelo Skype. :-) Existem sites que te ajudam a encontrar pessoas para praticar idiomas pela internet. Tentem o italki ou o conversation exchange (mas há outros). 

2) Você tem que se forçar a usar as línguas que você aprende. A ideia do Alligatorejo deveria ser aplicada na vida de todo mundo. Sabe aquele momento em que você quer se expressar, sabe dizer em inglês, em espanhol, em português etc. mas não sabe dizer em alemão? Nessa hora dá uma vontade de dizer logo em inglês pra acabar o martírio. A regra do Alligatorejo era "Inglês é proibido". Dessa forma você tinha que se forçar a dizer isso noutro idioma. Façam isso na Alemanha, pessoal! Falem menos inglês. 


3) De todas as línguas planejadas a que conseguiu mais falantes até hoje foi o Esperanto. Quase todos os poliglotas que foram ao encontro tinha noções de Esperanto. Muuuuuita gente era fluente em Esperanto. É claro que muita gente não leva o Esperanto a sério e eu também acho que o Esperanto nunca vai ser uma língua franca numa escala mundial (com isso quero dizer que acho que nunca haverá mundialmente placas em esperanto nos aeroportos, por exemplo, como hoje há na língua inglesa), mas a língua é relativamente fácil de aprender.. em poucas semanas de estudo já dá pra manter conversas. Se você quiser aprender Esperanto gratuitamente, acesse o site lernu.net ou baixe um curso gratuito para o seu computador clicando aqui. Fortaleza é um grande centro de estudos de Esperanto, por isso eu também estudei Esperanto há muitos anos. O pouco que eu aprendi há mais de 10 anos ainda deu pra usar por lá. Mi parolas Esperanton. Kaj vi? :-) Depois do encontro fiquei com vontade de "ressuscitar" meu Esperanto. 

4) Um orador lá falou: "Você só vai conseguir falar uma língua corretamente depois de ter cometido muitos erros". Ou seja, nenhum dos poliglotas lá pegou um livro, folheou e depois saiu falando a língua fluente sem erros. O que todos queriam alcançar era seus objetivos para a comunicação. Há poliglotas que estudam línguas não para conversarem, mas para lerem. Há poliglotas que, assim como eu, também sabem falar uns idiomas mais do que outros. Isso é normal. Mas independente disso, o importante era usar as línguas para a comunicação. E isso era o mais importante. Foquem na comunicação no alemão. Aprendam alemão pra conversar, não só pra ficar aprendendo regras difíceis de gramática e passar na prova. Lembrem-se sempre disso: Eu quero aprender alemão pra me COMUNICAR com pessoas que falam alemão.

5) É melhor estudar 1 hora por dia durante 6 dias, do que passar dois dias na semana estudando três horas. O contato com a língua deve ser constante. 

6) Não há limite para quantas línguas uma pessoa pode aprender, mas quanto mais línguas você aprende, mais difícil fica manter todas as línguas num nível bom, pois fica difícil falar todas elas com frequência para não esquecer. O contato com o idioma é essencial para mantê-lo vivo na mente. 

Para terminar:
Dicas
1) Em muitas cidades do mundo há grupos para praticar idiomas. Em Fortaleza, há por exemplo o Clube Poliglota de Fortaleza. Para saber dos encontros, clique aqui. Você sabe de grupos na sua cidade?

2) Façam um perfil no CouchSurfing.
É um site para conhecer e hospedar pessoas que estão viajando. Ninguém é obrigado a hospedar pessoas. Às vezes é só mesmo pra conhecer, mostrar a cidade, sair para tomar um café. Se você puder, tente convidar algum(a) alemã(o)/austríaco(a)/suíço(a) para se hospedar na sua casa ou para sair com você enquanto estiver viajando pela sua cidade. Como tudo no site deve ser gratuito, peça-lhe que retribua a gentileza falando alemão com você. :-) Eu uso o CouchSurfing há muitos anos, já conheci muita gente legal, já hospedei e já fui hospedado diversas vezes. RECOMENDO!

Obrigado a todos os leitores e leitoras do blog que me cumprimentaram durante o encontro em Berlim :-)
E você? Também é apaixonad@ por idiomas? Quais você fala? Quais você estuda? Quais você ainda quer aprender? :-) 

22 de junho de 2014

Alemanha Oriental e Ocidental: O que significa Wessi e Ossi?

Hoje postei a seguinte foto no Facebook: 
Muita gente se pergunta o que uma foto de uma placa em "russo" está fazendo num blog de alemão. Bem, eu explico. Morei em Leipzig 3 anos. Para quem não sabe, Leipzig fica no leste da Alemanha, na área que fazia parte da antiga Alemanha Oriental (chamada em alemão de DDR - Deutsche Demokratische Republik). A Alemanha Oriental era um país socialista que era aliado da União Soviética nos anos da Guerra Fria. Por ser um país amigo de Moscou, a língua russa era estudada compulsoriamente por todos os alemães que viviam na DDR. Já na Alemanha Ocidental, as línguas estrangeiras mais estudadas eram o inglês e o francês.
A primeira vez que eu vi a frase da foto foi numa lojinha em Berlim. Ela estava impressa num cartão postal (que é facilmente encontrado em muitas lojas de souvernirs, especialmente em cidades do leste). Como sempre fui um amante das línguas e tenho noções básicas de russo, foi fácil decifrar o conteúdo da mensagem.

A mensagem está em alemão, só que foi escrita usando o alfabeto cirílico (o mesmo usado pela língua russa, mas também por vários idiomas eslavos). A mensagem é: "Wenn du das lesen kannst, bist du kein dummer Wessi".  Traduzido: Se você souber ler isso, você não é um "Wessi" estúpido/burro.

Mas o que é Wessi? Foi a pergunta de um leitor.

Vamos à resposta:
Todo mundo deve saber que a Alemanha foi dividida em duas por aproximadamente 40 anos. (1949-1990) (Na verdade, depois da Segunda Guerra (1945), a Alemanha foi dividida em quatro zonas. Como a Guerra Fria já estava acontecendo, a zona soviética queria fundar um estado socialista, enquanto os outros três aliados se uniram para dar início à República Federativa Alemã. Em 1949 a DDR foi criada, fazendo com que existissem duas Alemanhas).

Tempos atrás eu perguntei no Facebook sobre como dizer "duas Alemanhas" em alemão. Houve grande discussão e muita gente ficou me perguntando qual seria a resposta correta.

Gramaticalmente falando, a resposta é simples "Zwei Deustchlands", sim, com o plural em -S. Como se sabe isso? É só pesquisar textos antigos da época em que a Alemanha estava dividida e veremos inúmeras ocorrências desse plural. Quer exemplos?

Nos arquivos do "Die Zeit", há um artigo escrito em 1968 intitulado "Zwei Deutschlands, ein Europa", clique aqui. Há um livro lançado em 2005 pela editora Peter Lang chamado "Es wird zwei Deutschlands geben" (veja aqui). Num texto bem mais recente do "Die Welt" há um artigo intitutlado "Leben in zwei Deutschlands", clique aqui.

Esta questão estaria resolvida pra mim como linguista. Mas há o componente histórico-social. Para muitos alemães a Alemanha sempre foi um país só que estava dividido temporariamente por diferenças políticas. Então para muitos, é errado se falar em duas Alemanhas. O correto seria dizer "As duas partes da Alemanha". Bem, aqui entramos numa questão que foge à gramática. É uma questão ideológica. Ou seja, para muitos alemães é melhor escrever para "As duas Alemanhas" "Die beiden Teile Deutschlands" ou "Zwei Teile Deutschlands". Na prática, eu acho isso uma solução diplomática que agrada a todos, mas gramaticalmente não há nada errado em se falar sobre "Zwei Deutschlands".

Voltando à pergunta sobre a palavra Wessi.

Em alemão a Alemanha Ocidental (BRD) era também chamada de Westdeutschland (ao pé da letra: Alemanha do Oeste, ou seja, ocidental). Já a Alemanha Oriental (DDR) era chamada de Ostdeutschland (ao pé da letra: Alemanha do Leste, ou seja, oriental). Por isso era comum chamar os seus habitantes de Westdeutsche(r) (alemão do oeste) e Ostdeutsche(r) (alemão do leste). Com o tempo, eles pegaram o começo de cada palavra e transformaram o alemão do oeste em "Wessi" (pronúncia com E aberto - VÉSSI) e o alemão do leste em "Ossi" (pronúncia com O aberto - ÓSSI). Até hoje, mais de 20 anos depois da queda do muro, esses termos "Wessi" e "Ossi" fazem parte da cultura alemã, quase sempre em discursos cheios de clichês e preconceitos, especialmente sobre os (antigos) alemães do leste.

Depois da queda do muro, houve vários choques culturais entre os habitantes dos dois lados. Apareceram então mais dois termos: o Besserwessi e o Jammerossi.
Besserwessi: Jogo de palavras de Besserwisser (sabe-tudo) + Wessi (alemão do oeste) - termo pejorativo usado para se referir ao alemão do oeste arrogante que se comporta como se soubesse mais das coisas do que os alemães do leste (especialmente no que diz respeito à política e à economia).
Jammerossi: Junção de jammern (choramingar, lamentar-se) + Ossi (alemão do leste) - esse termo pejorativo foi muito usado pelos alemães do oeste que viam as pessoas dos novos estados como ingratos que só sabiam reclamar. Em outros palavras, um bando de "chorões".

Tanto os termos Wessi/Ossi quanto o Besserwessi/Jammerossi são usados com bem menos frequência hoje do que no período inicial da reunificação, mas são palavras que fazem parte do conhecimento geral de cultura alemã. Tomem cuidado ao usarem esses termos. Eles têm uma carga emocional e histórica muito forte. Eu morei em Leipzig e percebia o quanto muitas pessoas nascidas lá e que viveram essa época da reunificação ficam um pouco chateadas de serem chamadas de "Ossi". Nem todo mundo se incomoda, mas é melhor ganhar um certo "Gefühl" antes de usar essas palavras de forma inapropriada. Como morei em Leipzig, tinha muita curiosidade de saber como foram essas transições, por isso sempre perguntava coisas sobre essa época. Eu tenho amigos que se orgulham de dizer que são Ossis.  Na dúvida, use os termos "Westdeutscher" e "Ostdeutscher".

Bem, acho que agora a frase do cartaz em cirílico ficou clara. Com certeza foi escrita por um Ossi orgulhoso de ter aprendido russo na escola: "Se você conseguir ler isso, você não um Wessi estúpido/burro" :-) 

17 de junho de 2014

Müller, Míler, Mula? Qual é a pronúncia?

Pergunta da leitora:

Renata Toledo
17 de junho de 2014 14:49
Olá!! Tenho 2 dúvidas. O sobrenome jogador alemão que marcou 3 gols é Müller, mas na camisa estava escrito Mueller, por quê? E também não se pronuncia Miler como o comentarista da Fox Sport falou e sim Mula, com o u fechado e o er tem som de a,não é? Quando morei em Munich tinha uma loja chamada Múller e eu só chamava de Miler até eu perguntar pra uma alemã o nome correto... Adoro o seu blog 


Jornal Hamburger Morgenpost - 17/06/2014
sobre a derrota de 4:0 contra Portugal.
1) Por que na camisa do jogador Müller estava escrito Mueller?
- Sério que escreveram assim? Não percebi. (Aqui só encontrei fotos em que o nome dele está escrito normalmente. Clique aqui). Mas isso é normal. Na falta do trema, os alemães costumam substituir por um E após a letra: Ä = AE, Ö = OE, Ü = UE. Em palavras cruzadas é comum o uso das letras duplas no lugar do Umlaut.

O site da famosa loja alemã "Müller", por exemplo, é www.mueller.de



Muitos alemães também costumam digitar essa letra dupla quando estão num país sem o trema no teclado ou para digitar mais rápido no celular. Eu particularmente não gosto... palavras como "Frühstück" viram "Fruehstueck"... horrível :-)


2) Como se pronuncia "Müller"? Eu sei que não é Míler. Mas como é?
- Isso me lembra daquela música:
♫ Ô, Miiiiiiila, mil e uma noites de amor com você ♫


A pronúncia do nome Müller não é nem Míla nem Mula. Você tem que fazer o famoso biquinho no U para poder acertar.


Veja aqui:


Só que esse biquinho do nome Müller é um pouquinho diferente, pois ele é mais curto. Agora ouça a pronúncia do nome Müller: 

Para mais dicas de pronúncia de nomes famosos, clique aqui.
Para mais dicas de pronúncia em geral, clique aqui.
Para mais dicas sobre futebol em alemão, clique aqui (e vá descendo para ler os outros tópicos)

10 de junho de 2014

Infinitivo com ZU: Parte 2

Ontem compartilhei no Facebook uma foto da seleção alemão sendo visitada por índios pataxó na Bahia. Os índios pataxó seguravam uma faixa em uma das fotos com uma frase em alemão:

"Die Red Crown Schule - Indigene Pataxó wollen das deutsche Team begrüßen zu dürfen"




Eu não vou aqui comentar alguns elementos da oração ("will ou wollen?; "Team ou Mannschaft?", "Red Crown ou Rotes Kreuz?", "BEGRÜSSEN ou BEGRÜßEN?"). Eu acho que a mensagem passada foi entendida por todos e isso é o mais importante. Achei muito legal a faixa que fizeram principalmente pelo esforço que fizeram de ser entendidos.

O meu comentário se ateve apenas ao "zu" usado antes do verbo "dürfen". Conforme já expliquei no tópico sobre Infinitivo com zu não se usa "zu" depois de verbos modais. Para ler mais sobre o assunto clique aqui.

Mas eu achei perguntas interessantes nos comentários: 


O que me pareceu em comum nos comentários é a seguinte opinião: Você diz que não se usa "zu" com verbos modais, mas eu já vi alemães dizerem "begrüßen zu dürfen". Por que usam esse "zu" antes de dürfen então?

Vamos à explicação passo a passo:
Passo 1) Os verbos considerados modais são geralmente seis: dürfen, wollen, können, müssen, mögen (especialmente no Konj. II möchten) e sollen. Ou seja, os verbos que acompanharem os verbos modais ficarão no infinitivo SEM O ZU.

Vou dar exemplos clássicos:
Ich möchte Deutsch lernen. (Gostaria de/Queria aprender alemão)
- O verbo "lernen" que aparece no final da oração não é seguido do "zu", por causa do verbo modal "mögen" (möchten)

O mesmo aconteceria com qualquer verbo modal:
Ich will Deutsch lernen. 
Ich kann Deutsch lernen. 
Ich muss Deutsch lernen. 

Passo 2) Se o verbo não for modal (nem for um daqueles verbos que citei no tópico 1), usa-se o infinitivo seguido de "zu".

Manterei exemplos bem fáceis de entender:

Ich freue mich, Deutsch in der Schule zu sprechen. (Fico feliz em falar alemão na escola)
- O verbo "sich freuen" não é um verbo modal, por isso quando dizemos um verbo no infinitivo no fim da oração é necessário colocar o "zu" antes do verbo (por isso "zu sprechen")

Se substituíssemos o "ich freue mich" por um verbo modal, o "zu" desapereceria.
Ich will Deutsch in der Schule sprechen. (Eu quero falar alemão na escola)
Ich darf Deutsch in der Schule sprechen. (Eu posso - no sentido de "tenho a permissão para" - falar alemão na escola).
- Observe que não usamos o "zu" nos exemplos acima por causa do verbo modal "will/darf". 

Passo 3) É possível usar dois verbos modais numa oração só. Ou seja, um dos verbos modais pode aparecer no fim da oração. 

Ich kann Deutsch sprechen. (Eu sei falar alemão)
- Observe que no exemplo acima, já há dois verbos: um modal "kann" e o verbo "sprechen" que está no fim sem o zu. O "sprechen" tá sem o zu, pois "können" é um verbo modal. 
Ich will Deutsch sprechen können. (Eu quero saber falar alemão)
- Aqui a frase ficou com três verbos. O verbo modal que está conjugado "will" levou agora o verbo "können" para o fim. Tudo ficou sem o "zu", pois "wollen" é um verbo modal. 

Recapitulando: 
"kann...sprechen" - Por causa do verbo können, o "sprechen" não tem zu.
"will...sprechen können" - Por causa do verbo wollen, o verbo "können" (que agora está no fim) não tem zu.

Passo 4) Agora vamos para o passo final:
Ich kann Deutsch sprechen. (Eu sei falar alemão)
- Observe que no exemplo acima, já há dois verbos: um modal "kann" e o verbo "sprechen" que está no fim sem o zu. O "sprechen" tá sem o zu, pois "können" é um verbo modal. 

Em vez de colocar o verbo "wollen", vou usar o verbo "sich freuen" (conforme vimos no Passo 2, o sich freuen é usado com o "ZU")
Ich freue mich, Deutsch sprechen zu können. (Fico feliz em saber falar alemão)
- Aqui a frase ficou com três verbos. O verbo "sich freuen" que está conjugado levou agora o verbo "können" para o fim colocando um "zu" antes dele.

Recapitulando: 
"kann...sprechen" - Por causa do verbo können, o "sprechen" não tem zu.
"freue mich...sprechen zu können" - Por causa do verbo sich freuen, o verbo "können" (que agora está no fim) recebeu um zu.

Considerações finais:
Sim, é verdade que alemães dizem coisas com "begrüßen zu dürfen", mas esse zu é geralmente exigido por algum verbo que eles usaram antes (provavelmente "sich freuen")

Wir freuen uns, Sie begrüßen zu dürfen. (Estamos felizes por podermos saudá-lo(s))

No caso da frase do cartaz dos índios, o verbo "wollen" do início (independente se está conjugado corretamente ou não) faz com que o "zu" antes de dürfen seja desnecessário. 

É isso :-) 

9 de junho de 2014

Glossário de futebol

Eu fiz um pequeno glossário de futebol pra usar nas minhas aulas de português, mas resolvi divulgá-lo aqui. Confiram, por favor, se há algum erro, assim eu posso corrigi-lo. Há alguma palavra importantíssima que me esqueci de colocar nesta lista? Ainda dá há espaço para acrescentar algumas palavras então vocês podem sugerir algo.

Clique aqui para acessar o documento.




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